
A imagem mais detalhada já feita da Nebulosa da Medusa, captada por astrônomos com o telescópio VLT, do Observatório Europeu do Sul (ESO), no Chile - ESO
Daqui a cerca de 5 bilhões de anos, quando o Sol esgotar seu combustível nuclear, ele vai expelir suas camadas mais externas, deixando para trás apenas os restos incandescentes de seu núcleo, tornando-se uma estrela do tipo chamado anã-branca. Neste processo, se formará então um objeto celeste conhecido como nebulosa planetária, que apesar do nome nada tem a ver com planetas, como mostra essa sua origem. E um exemplo típico destes objetos na nossa galáxia é a Nebulosa da Medusa, cuja fatídica beleza acaba de ser revelada em todo seu esplendor na mais detalhada imagem já feita dela por astrônomos usando o telescópio VLT, do Observatório Europeu do Sul (ESO), no Chile.
Com aproximadamente quatro anos-luz de diâmetro, a Nebulosa da Medusa está localizada a cerca de 1,5 mil anos-luz de distância da Terra na direção da constelação de Gêmeos. Apesar de seu tamanho, seu brilho é extremamente tênue, o que a faz um objeto difícil de ser observado.
A beleza da Nebulosa da Medusa contrasta com a história do mito grego que lhe deu nome. Uma das três górgonas, criaturas horrendas filhas de Fórcis com sua irmã Ceto, por sua vez filhos da união de Gaia (terra) com Ponto (mar), Medusa era a única mortal entre elas e por isso foi alvo do herói grego Perseu, que a matou em suas aventuras. Com um olhar capaz de transformar em pedra quem quer que as visse, as górgonas tinham serpentes no lugar dos cabelos, que na nebulosa estão representadas pelos filamentos brilhantes de gás que dela saem.
As coloridas nebulosas planetárias envolvem as estrelas anãs-brancas por dezenas de milhares de anos, lentamente se dispersando no espaço, numa transformação muito breve quando comparada com o tempo de vida de uma estrela. Neste período, porém, a intensa radiação ultravioleta ainda emitida pela estrela em seu centro arranca os elétrons dos seus átomos, deixando nuvens ionizadas de gás com cores que dependem dos seus elementos básicos, como vermelho para o hidrogênio e verde para o oxigênio.
No caso da Nebulosa da Medusa, porém, este núcleo estelar não é a brilhante estrela vista no centro da imagem, batizada TYC 776-1339-1 e que na verdade está em primeiro plano do ponto de vista da Terra. A que deu origem à nebulosa é uma tênue estrela azulada na parte direita da imagem, um pouco fora do centro da grande estrutura em formato de crescente.
FONTE: O GLOBO
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