
A habilidade de visualizar e deduzir espacialmente quantidades menores e maiores pode ser um traço comum a diversos vertebrados (Rosa Rugani/Universidade de Pádua/Science/VEJA)
Estudo publicado na 'Science' sugere que pintinhos também têm a capacidade de relacionar quantidades menores à esquerda e maiores à direita
Os humanos podem não ser a única espécie na natureza a contar da esquerda para a direita. Pintinhos de três dias também conseguem associar quantidades menores à esquerda e maiores à direita. A descoberta, publicada nesta sexta-feira na revista Science, mostra que a capacidade de visualizar uma linha espacial na qual os valores crescem da esquerda para a direita pode ser uma característica que se desenvolveu há milhares de anos, antes que os primeiros ancestrais humanos se separassem das aves modernas.
Para isso, pesquisadores da Universidade de Pádua, na Itália, treinaram pintinhos para encontrar alimento atrás de painéis contendo quantidades definidas de quadrados coloridos. Repetidamente, os filhotes preferiam a esquerda para quantidades menores de quadrados ou a direita para as maiores. Em um dos experimentos, quando confrontados com um painel com muitos quadrados coloridos, os pintinhos seguiam para esquerda, buscando a recompensa.
Capacidade ancestral — No artigo, os cientistas afirmam que a orientação espacial esquerda-direita para os números pode ser inata e não determinada culturalmente ou de acordo com a educação. A habilidade seria uma “estratégia cognitiva universal", disponível logo após o nascimento.
“Durante a evolução, a direção da esquerda para a direita e não vice-versa, apesar de ser, a princípio, arbitrária, pode ter sido imposta pela assimetria cerebral, um traço antigo e comum nos vertebrados, causado pelo domínio do hemisfério direito na visualização espacial e na informação numérica”, explicam os pesquisadores.
FONTE: REVISTA VEJA
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