Durante a exposição no espaço aberto, o manequim foi coberto por um invólucro que oferece uma proteção similar à das roupas que os astronautas usam durante as caminhadas espaciais. [Imagem: DLR]
Riscos da radiação cósmica
Há cerca de 10 anos uma equipe da ESA (Agência Espacial Europeia) vem usando manequins especiais para estudar os efeitos da radiação cósmica sobre a saúde dos astronautas.
Foram divulgados agora os resultados das medições de longo prazo desse projeto, chamado Matroshka, que usou manequins colocados do lado de dentro e de fora da Estação Espacial Internacional. Cada manequim era dotado de milhares de sensores capazes de detectar partículas de várias energias.
E os resultados foram animadores: parece que os efeitos da radiação cósmica no espaço não são tão severos como se imaginava.
"Pode-se dizer que nós descobrimos que o espaço aberto é um pouco menos hostil para os humanos do que o esperado. As doses efetivas, relacionadas ao risco à saúde dos astronautas e calculadas a partir das medições dos nossos sensores foram menores do que as indicadas pelos dosímetros usados pelos astronautas," disse o Dr. Pawel Bilski, do Instituto de Física Nuclear da Polônia, onde foi construída a maior parte dos sensores usados no projeto Matroshka.
Os mais de 3.000 sensores permitiram determinar a distribuição espacial da radiação recebida por cada órgão do corpo humano. [Imagem: DLR]
Dose efetiva de radiação
Os mais de 3.000 sensores instalados ao longo de todo o manequim permitiram determinar com precisão a distribuição espacial da radiação dentro do corpo humano, avaliando as doses absorvidas por cada órgão e, finalmente, a chamada dose efetiva, usada para estimar o risco que a radiação cósmica impõe sobre a saúde humana.
A conclusão geral do estudo é que os dosímetros individuais incorporados nas roupas dos astronautas no interior da Estação Espacial Internacional superestimam a dose real de radiação em cerca de 15%. Entretanto, no espaço aberto - durante as caminhadas espaciais, por exemplo - a superestimativa chega a 200%.
A equipe concluiu que viagens à Lua e mesmo a Marte serão mais seguras para os astronautas em termos de riscos impostos pela radiação cósmica do que se presumia. Mas é importante salientar que, mesmo sendo mais baixas do que se pensava anteriormente, essas doses continuam sendo perigosamente elevadas.
"Nós precisamos lembrar que as medições dentro do experimento Matroshka foram feitas na órbita baixa da Terra, onde a magnetosfera terrestre reduz significativamente o número de partículas carregadas da radiação cósmica. No espaço interplanetário não existe esse escudo," acrescentou o Dr. Bilski.
FONTE: SITE INOVAÇÃO TECNOLOGICA
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