A nave Orion da NASA tem sido proclamada como a salvadora dos incansáveis pioneiros que observam estrelas em todo mundo. E por bons motivos! É a primeira tentativa real em décadas de levar nossas viagens espaciais ao limite. E qual feito da engenharia está por trás da materialização das maiores ambições da humanidade? Um processador obsoleto de 2002.
Claro, a NASA costuma lidar com peças que já passaram da sua época, mas no caso da Orion não é apenas pelas circunstâncias. Na realidade, tecnologias datadas contribuem para o potencial de sucesso de todo o projeto, como explica a Computer World:
“Os processadores já são obsoletos, mas eles têm a propriedade de ficarem apenas estressados pela radiação, em vez de permanentemente danificados,” diz [Matt Lemke, vice-gerente de aviação da Orion], notando que a NASA usa esses processadores há mais de dez anos. “Você poderia fazer isso com algo mais novo, mas toda a engenharia necessária para fazê-lo funcionar direito tornaria a missão muito mais cara para nós.”
Como a nave foi atingida por muita radiação no espaço e por um período extenso (especialmente quando voando em uma área conhecida como cinturão de Van Allen), quanto mais robustos seus sistemas forem, melhor. Como Lemke explicou:
[A Orion ainda é] muito mais capaz do que a estação espacial ou do que quaisquer ônibus espaciais já foram. É o estado da arte em comparação, mas não em relação ao que você compra numa Best Buy.
Só que o que você compra na Best Buy não precisa resistir às extremas vibrações do lançamento, ao vácuo do espaço com variações enormes de temperaturas e depois retornar à Terra com muita pirotecnia e milhares de milhares de impactos gravitacionais e, enfim, pousar na água e ficar potencialmente submerso – e ainda assim funcionar.
Em outras palavras, se tudo correr de acordo com o plano, a humanidade rumará a Marte, em algum momento dos anos 2030, usando processadores PowerPC 750FX de 900 MHz da IBM – o mesmo processador single-core apresentado ao mundo em 2002. E será o melhor para a missão.
FONTE: http://gizmodo.uol.com.br/
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