
Um grupo de cientistas russos e nipônicos está projetando o “material do futuro”, ou seja, o vidro metálico (metallic glass), chamado ainda de metal amorfo que, devido às suas caraterísticas peculiares, se designa também de “material de nova geração”.
Trata-se de um material homogêneo amorfo, baseado em ligas metálicas sem estrutura cristalina. Tais materiais não têm nada a ver com o vidro tradicional transparente. O nome foi dado por analogia com o vidro que também não possui estrutura cristalina.
O vidro metálico foi inventado em meados do século passado, mas o boom de investigações se iniciou no limiar dos séculos XX e XXI nos EUA, URSS, Europa, Japão e China. O interesse nessa área se deve a um amplo espetro de suas caraterísticas. O vidro metálico é muito mais resistente do que os materiais tradicionais, se destacando ainda por uma elevada resistência corrosiva – não se oxida sob ação ambiental. Além disso, o material possui um baixo patamar de desgaste.
O vidro metálico se usa numa série inteira de ramos industriais apesar de duas deficiências substanciais – uma baixa plasticidade e um elevado preço de custo. O chefe da Cadeira de Metais Não-Ferrosos da Universidade Nacional de Pesquisas Tecnológicas, Alexei Solonin, deu a conhecer as principais metas a alcançar nessa etapa por cientistas da Rússia e do Japão:
“Na nossa Universidade, conseguirmos formar uma equipe jovem, encarregada de projetar novos materiais amorfos e compósitos a partir do vidro metálico. Estes materiais tinham sido criados há já muito tempo, mas hoje em dia, o seu emprego tem sido limitado por sua dimensão.
Atualmente, dispomos de fitas finas ou de granulas de décima parte do milímetro. Por isso, estamos trabalhando sobre a criação de vidros metálicos massivos, isto é, de materiais, cuja espessura não supere 5 milímetros.
Outro “ponto fraco” é a sua fragilidade apesar da elevada resistência. Nisso não há nada de estranhar: o vidro de janela comum também é frágil.
O nosso objetivo é elevar a sua plasticidade mediante compósitos. Mais uma tarefa consiste em diminuir as despesas relacionadas com a produção do vidro metálico. A maior parte de tais materiais foi elaborada com base em paládio ou zircônio, que são os materiais caros. Estamos reduzindo o preço de custo, passando a utilizar outros elementos básicos – titânio, ferro, cobalto e magnésio. Esse último atribui ao vidro certas vantagens, aumentando características mecânicas e diminuindo o peso…”
O vidro metálico poderá ser usado nos setores aeroespacial, automobilístico, electrônico, micromecânico, inclusive na produção de relógios, smartphones, micromotores, transformadores e outros dispositivos que requerem um baixo nível de desgaste e alta qualidade da superfície.
Em função da resistência corrosiva, o vidro metálico de titânio poderá ser utilizado como implante na medicina, assim como na fabricação de instrumentos cirúrgicos. No setor de esportes, será possível o seu uso para a produção de raquetas de tênis e tacos de golfe.
Se pode constatar que os gigantescos esforços empreendidos pelo grupo de 30 cientistas estão sendo concentrados agora na criação de uma classe de materiais híbridos, combinando o vidro metálico com outros elementos, por exemplo, polímeros para proporcionar sinergia das suas caraterísticas. O projeto que irá durar dois anos é dirigido por Dmitri Luzgin, formado pela Universidade Nacional de Pesquisas Tecnológicas, professor catedrático da Universidade de Tohoku, no Japão.
FONTE: VOZ DA RUSSIA
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