Albert Einstein: novo estudo indica conexão incomum entre os dois hemisférios de seu cérebro
Fotografias do cérebro do físico alemão foram estudadas em busca de explicação para seu desempenho excepcional
Mais de meio século após sua morte, a ciência ainda procura explicações para a genialidade de Albert Einstein – e muitos acreditam que a resposta pode estar na estrutura de seu cérebro. A realização de novos estudos sobre o assunto continua sendo possível pois, ao morrer, o cientista teve seu cérebro removido do corpo, dissecado e fotografado por Thomas Harvey, o médico que realizou sua autópsia. O novo estudo, feito com imagens descobertas recentemente, indica que a explicação para a genialidade do físico pode estar no fato de que os dois lados de seu cérebro estavam muito melhor conectados do que o de pessoas "normais".
A pesquisa foi a primeira a detalhar o corpo caloso de Einstein, estrutura de fibras nervosas que liga os hemisférios cerebrais. Essa região é responsável pela comunicação entre os dois lados do cérebro, incluindo a transmissão de informação motora, sensorial e cognitiva. Os autores do novo estudo, pesquisadores da China e dos Estados Unidos, desenvolveram uma técnica para comparar a espessura de diversas subsdivisões do corpo caloso. A espessura está relacionada ao número de nervos que cruzam essa região, indicando o quão bem conectado está o cérebro.
O cálculo de Einstein foi feito com base em 14 fotografias recém-descobertas de seu cérebro, que foram comparadas com imagens de ressonância magnética de 15 homens entre 70 e 80 anos de idade — todos destros, como ele. O cientista faleceu em 1955, aos 76 anos.
Foi feita também uma comparação com imagens do cérebro de 52 homens entre 24 e 30 anos, pois, aos 26 anos, Einstein teve o seu chamado “ano milagroso”, quando publicou quatro artigos que revolucionaram a física e os conceitos de espaço, tempo, massa e energia.
Conectividade — Os resultados mostraram que o corpo caloso de Einstein era mais grosso do que o das outras pessoas em diversas sub-regiões, o que indica que ele poderia ter uma melhor conectividade cerebral. No entanto, a conectividade pode não ser o único fator no cérebro do cientista que explique seu desempenho. Estudos anteriores sugeriram que a grande capacidade do físico alemão seria resultado de um número incomumente elevado de células de glia, que proporcionam suporte e nutrição aos neurônios.
Uma limitação do estudo é o fato dele ter estabelecido uma comparação entre imagens obtidas de indivíduos vivos e as fotografias do cérebro de Einstein. Porém, os pesquisadores afirmam que a ressonância magnética pode fazer com que o corpo caloso dos participantes pareça um pouco mais grosso do que na vida real, e o cérebro de Einstein pode ter encolhido durante a preservação, de forma que é possível que a diferença de espessura seja ainda maior do que a relatada no estudo.
Cérebro — Após a morte de Einstein em 1955, seu cérebro foi removido e fotografado de diversos ângulos. O órgão foi seccionado em 240 blocos, a partir dos quais foram preparadas lâminas histológicas — mas a maioria das fotografias, blocos e lâminas ficou perdida por mais de 55 anos. As 14 fotografias usadas pelos pesquisadores estão agora em poder do Museu Nacional de Saúde e Medicina dos Estados Unidos.
FONTE: REVISTA VEJA
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