
Perto de comemoração do 50º aniversário de seu voo, a russa Valentina Tereshkova, de 76 anos, declarou que deseja participar de novas missões, nem que seja em uma viagem só de ida até o planeta vermelho
Em 16 de junho de 1963, a russa Valentina Tereshkova tornou-se a primeira astronauta de toda a história. Nesta sexta-feira, às vésperas do 50º aniversário de seu voo, ela manifestou o desejo de conhecer Marte, nem que para isso tenha que fazer uma viagem só de ida até o planeta vermelho.
"Marte é meu planeta favorito. O mais provável é que os primeiros voos para lá sejam só de ida. Estou disposta a isso", disse durante uma coletiva de imprensa na Cidade das Estrelas, um pequeno povoado a nordeste de Moscou, sede de um centro de treinamento para astronautas – ou cosmonautas, como eram chamados na antiga União Soviética.
Tereshkova, de 76 anos, lembrou que, após sua viagem histórica, trabalhou com outros cientistas no estudo de Marte. "Isso é certamente um sonho: viajar para Marte e ver se existiu vida lá. E, se existiu, por que não há mais? Que catástrofe aconteceu nesse planeta?", disse.
A cosmonauta aproveitou o pronunciamento para se colocar contra o envio de turistas para a Estação Espacial Internacional (ISS), prática que deverá ser retomada em 2015 com a visita da cantora britânica Sarah Brightman. "Na fase atual, são os especialistas que devem viajar até o espaço. Ainda há muito a estudar."
Fora dos planos – Sergei Krikaliov, chefe do centro de preparação de cosmonautas, descartou a ideia de uma missão só de ida a Marte. Segundo ele, os próximos passos da estratégia espacial russa, não contemplam o planeta vermelho, mas sim a Lua.
A primeira cosmonauta
Durante sua viagem de 70,8 horas, em 1963, a nave soviética Vostok 6 deu 48 voltas ao redor da Terra. A bordo estava a russa Valentina Tereshkova, a primeira mulher a ir para o espaço.
Nascida em 1937, Tereshkova tinha apenas um treinamento como paraquedista amadora e trabalhava como operária em uma fábrica têxtil até ser selecionada pelo presidente Nikita Khrushchev para participar do programa espacial do país. Como não fazia parte do exército, e só foi aceita como membro honorário da força aérea, Tereshkova também é considerada o primeiro civil a participar de uma missão espacial.
Depois de sua viagem, ela continuou atuando na pesquisa e na política da União Soviética, assumindo inúmeros cargos públicos e servindo como representante do país. Em novembro de 1963, ela se casou com o cosmonauta Andriyan Nikolayev, com quem teve uma filha.
Somente 19 anos depois de sua missão é que outra mulher voltou a pisar no espaço —o que coube à também russa Svetlana Savitskaya.
FONTE: REVISTA VEJA
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