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NASA apresenta novos trajes espaciais, que serão usados pela primeira mulher a pisar na Lua


A engenheira de trajes espaciais Amy Ross e o administrador da Nasa Jim Bridenstine, ao lado de funcionários da agência modelando dois novos trajes espaciais — um projetado para a superfície lunar e outro para a espaçonave Orion — em 15 de outubro de 2019. Crédito: Joel Kowsky/NASA

Novo design traz melhorias e prioriza conforto e ajuste para todos os tamanhos e formatos de corpo

Em um evento na sede da agência espacial, Jim Bridenstine, administrador-chefe da Nasa, junto com engenheiros da área de trajes espaciais, exibiram com detalhes as primeiras versões dos dois novos trajes, projetados para o programa Artemis, que quer levar a primeira mulher e o próximo homem à Lua até 2024.

“Vamos à Lua em 2024, e queremos que seja um processo duradouro”, disse Jim Bridenstine no evento, acrescentando que a Lua será um campo de testes para levar astronautas a um destino ainda mais distante.

“Em última instância, o objetivo é Marte”, disse Bridenstine. “E, para ir a Marte, precisamos usar a Lua como campo de testes.”

Para alcançar esses ambiciosos objetivos, a Nasa sabe que precisa atualizar seus trajes espaciais para que pessoas de todas as formas, tamanhos e gêneros possam voar e explorar a Lua, Marte e até além.

“Kristine está vestindo um traje espacial que servirá para todos os nossos astronautas quando formos à Lua”, disse Bridenstine, apontando para Kristine Davis, engenheira de trajes espaciais do Johnson Space Center da Nasa, que usava um dos dois protótipos no palco do evento.

Os dois protótipos de traje espacial que a Nasa apresentou na última terça-feira foram projetados para duas partes separadas da missão tripulada à Lua. Um deles, chamado de Exploration Extravehicular Mobility Unit (Unidade de Mobilidade de Exploração Extraveicular, ou xEMU), que foi usada por Davis, é um traje vermelho, branco e azul projetado para ser usado por astronautas que exploram a superfície lunar, especificamente no polo sul da Lua — o alvo da próxima missão da agência.

O segundo traje, apresentado na quarta-feira, é o Orion Crew Survival System (Sistema de Sobrevivência da Tripulação de Orion), um traje de pressão laranja brilhante que será usado pelos astronautas quando eles se lançarem ao espaço na cápsula Orion e retornarem à Terra. No evento, ele foi demonstrado por Dustin Gohmert, engenheiro de trajes espaciais da Nasa.

UM NOVO TRAJE PARA A LUA

O traje xEMU será o primeiro a ser usado na superfície lunar desde os tempos do programa Apollo da Nasa, que enviou os últimos astronautas à Lua em 1972. O traje inclui várias melhorias em relação aos trajes da era Apollo e aos trajes usados por astronautas que realizam missões espaciais na Estação Espacial Internacional.

Uma melhoria específica é a questão do tamanho e do ajuste, segundo os engenheiros da Nasa. O traje xEMU é projetado para acomodar uma grande variedade de tamanhos, e a agência pretende que ele sirva melhor, seja mais confortável e permita aos astronautas se moverem mais facilmente enquanto o vestirem.

“A mobilidade é uma das coisas mais importante”, disse Kate Rubins, astronauta da Nasa, durante o lançamento do traje espacial. “Se alguém precisar pegar uma pedra, […] se estiver posicionando um instrumento científico, precisará dessa mobilidade na parte superior do tronco”.

Embora essas melhorias permitam que os astronautas trabalhem com menos desconforto e mais mobilidade, trabalhar em um traje espacial projetado para atividades extraveiculares ainda é um desafio, porque é uma roupa pressurizada em um ambiente extremo e complicado. Rubins comparou uma caminhada espacial com uma maratona.

Por isso, diferente de calças de trajes para caminhadas espaciais fora da Estação Espacial Internacional, que não são tão especiais (porque os astronautas estão flutuando no espaço, sem explorar o terreno a pé), as calças do xEMU serão essenciais e foram projetadas para garantir uma caminhada relativamente fácil na superfície da lua.

Espera-se que isso seja uma grande melhoria em relação aos trajes da Apollo, que davam aos astronautas mobilidade suficiente apenas para dar pequenos “pulos de coelho” na superfície lunar.

Além disso, com a tecnologia aprimorada de lavagem de dióxido de carbono, os astronautas poderão gastar mais tempo em missões extra-veiculares — até 8 horas, com mais uma hora extra “por precaução”, disseram autoridades da Nasa. O traje também terá costuras e design aprimorados para evitar problemas com poeira lunar, que foram um grande empecilho para os trajes da era Apollo, acrescentaram.

O traje de lançamento e de entrada da nave Orion, projetado para voos partindo da Lua e pousando para ela, também possui várias melhorias em relação a trajes de voo mais antigos.

A característica principal é que, embora seja um traje despressurizado (diferentemente do xEMU), ele pode ser pressurizado em casos de emergência.

Por exemplo, disse Gohmert, se houve um evento de despressurização repentino e inesperado na Estação Espacial Internacional ou em alguma outra espaçonave, o traje pode pressurizar e estabilizar os astronautas nos trajes por até seis dias. Além disso, “pode haver alguns casos futuros de mitigação de doenças descompressivas para as quais podemos querer usá-lo”, acrescentou.

Os novos trajes Orion são de cor laranja brilhante, seguindo uma tradição estabelecida pelo Advanced Crew Escape Suit da Nasa (ACES) durante a era dos ônibus espaciais, que tinham um tom semelhante ao laranja-abóbora, por questões de visibilidade.

Um fator importante de ambos os processos no futuro é o ajuste e o tamanho.

Esses novos trajes espaciais vieram após o cancelamento da primeira missão espacial totalmente feminina na Estação Espacial Internacional, devido à falta de tamanhos de trajes espaciais de tamanho médio, no início deste ano. E, como a Artemis pretende pousar a primeira mulher na Lua e avançar no espaço com uma equipe diversificada de astronautas, é essencial que os trajes sejam capazes de se encaixar adequadamente, para que todos os astronautas possam trabalhar com segurança e eficácia.

Uma das maneiras pelas quais esse traje espacial abordará esse problema é através da “modularidade e do dimensionamento desses componentes, que podem se misturar e combinar para criar uma configuração completa do traje”, disse Amy Ross, engenheira líder de traje espacial do xEMU no Johnson Space Center da Nasa.

Os trajes espaciais modulares não são novidade, mas o xEMU tem mais do que apenas um tamanho melhorado para proporcionar um ajuste confortável. “A outra coisa que fizemos é ter uma característica individual na área dos ombros, que é uma das dimensões críticas ao tentar vestir alguém”, afirmou Ross.

Para facilitar o movimento e permitir que um astronauta mova os braços em um círculo completo (o que Davis demonstrou no evento), o traje espacial é projetado para que o rolamento lateral (ou rolamento do ombro) fique “o mais para dentro do pescoço possível. E assim esse mecanismo de ajuste permite que você mova esse rolamento lateral tanto em pessoas menores como em pessoas um pouco maiores ”, disse Ross. “Com esse recurso de dimensionamento na parte superior do tronco, fomos capazes de acomodar toda a gama de pessoas que precisam usar o traje”.

O conforto será um fator especialmente importante em missões de longo prazo na Lua ou em missões tripuladas a Marte. Se os trajes espaciais em si causassem desconforto ou até lesões, e os astronautas precisassem usá-los com frequência, isso seria um grande problema.

“Nosso plano é ir a Marte. Nosso plano é fazer com que as pessoas trabalhem muito em trajes espaciais, então essas ferramentas […] devem ser muito confortáveis e devem evitar lesões ”, afirmou Ross.

A Nasa pretende levar um traje xEMU para a estação espacial e dois para a superfície lunar dentro de dois anos, disse Chris Hansen, que gerencia o escritório de Atividade Extraveicular da Nasa, acrescentando que, embora eles vão testar inicialmente o traje xEMU na estação espacial, eles não precisam esperar a conclusão desse teste para enviar os trajes à Lua.

Além disso, embora a Nasa pretenda que esses trajes fiquem prontos a tempo de vestirem a primeira mulher e o próximo homem na Lua até 2024, as roupas continuarão a evoluir. A ideia é que continuarão a ser atualizados, principalmente em reação a eletrônicos e tecnologias internas, disse Hansen.

Essas melhorias continuarão com a missão Artemis 3 da Nasa (aquela que pousará astronautas na Lua), quando a agência abrirá melhorias e produção futuras para a indústria dos EUA.

A Nasa está animada com o aumento de parcerias comerciais, disse Hansen, acrescentando que a agência quer que os parceiros comerciais acabem assumindo o comando em termos de produção de roupas espaciais e de melhorias inovadoras.

Chelsea Gohd

Pulicado originalmente em SPACE.com

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