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POR SALVADOR NOGUEIRA
Projetos de bilionário americano para a colonização de Marte sofrem com imprevistos.
FALAR É FÁCIL
Quando não está ocupado vendendo carros elétricos, cavando túneis para transporte ultra-rápido e fazendo tetos de painéis solares, Elon Musk gasta seu tempo tentando criar a primeira colônia marciana — objetivo declarado da empresa SpaceX. Mas nem tudo tem saído conforme os planos.
O FIM DA RED DRAGON
No ano passado, Musk havia anunciado que lançaria a cada biênio uma cápsula Dragon para pousar em Marte, começando em 2018. A missão, chamada de Red Dragon, primeiro foi adiada para 2020 e, no mês passado, discretamente, cancelada.
SEM CHÃO
A Red Dragon seria baseada na mesma cápsula que deve levar astronautas à Estação Espacial Internacional a partir do ano que vem. De início, as Dragons foram projetadas para ter pés retráteis e pousar em terra. Mas a SpaceX desistiu da ideia e decidiu que as Dragons só pousarão no mar, com para-quedas. Nessa, o sistema requerido para descer em Marte foi deletado.
O GRANDE FOGUETE
Outro elemento necessário para levar a Dragon além da órbita terrestre é o foguete Falcon Heavy. Quando ficar pronto, será o lançador mais potente do mundo. Mas está atrasado. Musk anunciou que o primeiro lançamento será em novembro deste ano, mas já antecipou que há grande chance de que não funcione.
SILÊNCIO LUNAR
A SpaceX também tem sido discreta sobre como vai realizar um voo com duas pessoas ao redor da Lua até o fim de 2018, como Musk havia anunciado em fevereiro. Esse voo depende de testes bem-sucedidos tanto do Falcon Heavy quanto da cápsula Dragon tripulada, que ainda estão por acontecer.
O FOGUETE MAIOR AINDA
Apesar disso, o sonho de colonizar Marte não foi abandonado. A SpaceX está criando uma nova versão, menor, do seu Sistema de Transporte Interplanetário — um enorme lançador capaz de levar dezenas de pessoas por vez até Marte. Com a promessa de divulgar esses planos no mês que vem, no Congresso Internacional de Astronáutica, Musk já sacou que, apesar dos sucessos, colonizar o espaço ainda é o maior desafio que ele se propôs a enfrentar.
BÔNUS: E AQUELE PAPO DE QUE A NASA ADMITIU RECENTEMENTE QUE NÃO TEM DINHEIRO PARA IR A MARTE…
…não é bem assim. William Gerstenmaier, vice-administrador de Exploração Humana da agência espacial americana, disse numa conferência que não podia determinar em que ano exatamente a Nasa pretendia realizar um pouso tripulado em Marte porque não há no momento verba para o desenvolvimento do módulo de pouso. E concluiu dizendo que esse futuro desenvolvimento exigiria novas verbas para a agência espacial.
Pronto, foi o que bastou para parte da mídia e as redes insociáveis proclamarem que a Nasa havia desistido de sua “jornada a Marte”. A verdade verdadeira é que não houve desistência alguma, e todos os planos da agência apresentados até hoje sempre foram apenas até o ponto em que astronautas poderão orbitar Marte, em algum momento da década de 2030 (o que provavelmente deve ter motivado a pergunta a Gersteinmaier, e a resposta que ele deu).
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Imagem da Nasa detalhando o que a agência tem por objetivo para a década de 2030. Procure aí algo sobre um pouso tripulado. Não tem. Nunca teve. (Crédito: Nasa)
Claro que, uma vez que se desenvolva a espaçonave para ir até a órbita do planeta vermelho, haverá pressão para criar um sistema específico para pousar. Mas isso nunca esteve oficialmente nos planos divulgados pela agência. Aliás, toda a noção da “jornada a Marte” sempre foi mais uma aspiração do que um programa propriamente dito.
Todo o planejamento preliminar feito até agora, envolvendo o foguete SLS, as cápsulas Órion e a construção de uma estação/espaçoporto ao redor da Lua como plataforma para o voo até o planeta vermelho, ainda não tem sinal verde da agência ou de seus parceiros internacionais. O plano segue sendo refinado e pode mudar de curso caso o governo americano decida que a prioridade deveria ser um retorno à Lua, em vez de uma viagem a Marte. Mas, até este momento, oficialmente, nada mudou. A Nasa segue, no compasso da tartaruga, em sua “jornada a Marte” para a década de 2030.
FONTE: http://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br
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