
Imagem obtida pela Dawn a 22 mil km da superfície, entre 14 e 15 de abril (Crédito: Nasa)
POR SALVADOR NOGUEIRA
20/04/15 14:10
Os misteriosos pontos brilhantes de Ceres voltaram a se tornar visíveis nas imagens mais recentes enviadas pela sonda Dawn, da Nasa. Obtidas a uma distância de cerca de 22 mil quilômetros da superfície entre os dias 14 e 15, elas revelam o momento em que a rotação do planeta anão as expõe à luz solar, aumentando seu brilho. (Clique aqui para ver uma animação da rotação produzida pela agência espacial americana.)
ua composição e natureza, contudo, seguem misteriosas. Os dois objetos cintilantes reunidos numa mesma cratera são os que mais chamam a atenção, mas eles são apenas as maiores estrelas numa constelação de pontos brilhantes que salpicam a superfície de Ceres. Uma análise recente dos dados colhidos pela espaçonave em infravermelho durante a aproximação da espaçonave mostra que eles têm características diferentes do ponto de vista térmico. Um deles é muito mais frio que seus arredores — reforçando a hipótese de uma conexão com gelo — e outros não. (Os dois pontos gêmeos que mais chamam a atenção, designados como “Mancha 5″ pela Nasa, entram nessa segunda categoria — o solo ao redor parece estar à mesma temperatura que eles.)

Imagens em cor real, falsa cor e infravermelho. Note como a Mancha 1, acima, é bem mais fria. Já a Mancha 5, embaixo, tem a mesma temperatura do resto do solo. (Crédito: Nasa)
Fala-se em minerais no solo, criovulcanismo (ou seja, vulcões que expelem água) ou gelo exposto em crateras (sabemos, pelos cálculos de densidade, que a composição interna de Ceres deve ser 25% água), mas os cientistas não fecharam com nenhuma hipótese. E ainda podemos ser surpreendidos.
A Nasa também divulgou recentemente um mapa em cores (exageradas) da superfície de Ceres, que revelam a grande variação existente no solo do planeta anão — uma rica história geológica, prestes a ser explorada.

Mapa de Ceres com exagero de cores, feito pela Dawn (Crédito: Nasa)
Em quatro dias, a Dawn irá se estabelecer em sua órbita científica inicial e, com isso, vai começar o trabalho para valer — o mapeamento sistemático da superfície e o estudo de um objeto que se formou nos primórdios do Sistema Solar e, por pouco, não conseguiu virar mais um planeta rochoso.
FONTE: http://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/
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