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O passado molhado de Vênus


Concepção artística de como Vênus pode ter sido em seu primeiro bilhão de anos.

POR SALVADOR NOGUEIRA
05/08/14 05:55

O planeta Vênus pode ter sido indistinguível da Terra em seu passado remoto, com oceanos de água líquida na superfície. É o que afirma David Grinspoon, astrobiólogo do Museu de Natureza e Ciência de Denver, nos Estados Unidos, que dedicou boa parte de sua vida a estudar esse mundo vizinho.

“Os dados ainda são frouxos o suficiente para permitir a opinião contrária, mas a maioria dos cientistas que analisaram todas as evidências e como elas se encaixam no que aprendemos sobre o Sistema Solar acredita que quase com certeza Vênus começou como um lugar úmido, muito parecido com a Terra – um planeta com oceanos mornos de água líquida.”

Hoje, Vênus é um inferno escaldante, com temperatura média de 460 graus Celsius. Mas cabe lembrar que, logo após o seu nascimento, o Sol era 30% menos brilhante. Portanto, havia menos radiação para esquentar o segundo planeta a contar do Sol. Embora a estrela parecesse ter o dobro do tamanho no céu venusiano se comparado ao que se vê na Terra, naqueles tempos o planeta não recebia muito mais energia do que nós temos hoje em nosso mundo.

Então, o que deu errado? Por que Vênus não conseguiu conservar sua água como a Terra? O planeta foi vítima de um efeito estufa descontrolado. Em algum momento, que os cientistas não sabem precisar exatamente qual, o crescente aumento de brilho do Sol iniciou um processo de evaporação dos oceanos.

Como se não fosse tragédia suficiente, Vênus a seguir perdeu toda essa água acumulada na atmosfera. No ar, vapor d’água está sujeito à ação da radiação ultravioleta do Sol, que quebra a molécula (H2O). De um lado, fica o oxigênio. O hidrogênio, muito mais leve, ao se libertar, acaba escapando para o espaço. Os átomos liberados de oxigênio se recombinaram para formar dióxido de carbono, e era uma vez a água venusiana. Mesmo que o planeta voltasse a resfriar, jamais teria seus oceanos de volta.

POSSÍVEIS VENUSIANOS
Por que não pensar que a vida pode ter evoluído no planeta vizinho enquanto seus oceanos estiveram por lá? É bem possível. Contudo, não há a menor hipótese de se buscar fósseis venusianos. Estudos da superfície mostram que ela é relativamente recente, com menos de 1 bilhão de anos de idade, renovada por um imenso surto de vulcanismo.

Nem tudo está perdido, contudo. David Grinspoon defende que talvez ainda existam formas de vida proliferando naquele planeta infernal. Onde? Na alta atmosfera.

Enquanto a superfície enfrenta temperaturas de 460 graus e pressão acachapante, nas altas nuvens de Vênus, a 50 km de altura, pode-se encontrar uma densidade atmosférica não muito diferente da terrestre ao nível do mar. A temperatura é de agradáveis 20 graus Celsius, e algumas medições revelam a presença de gotículas de água. Mais fresco que carnaval no Nordeste.

Grinspoon sugere que existam até evidências visuais dos micróbios. Ele aponta que há manchas misteriosas, complexas e estáveis na atmosfera de Vênus que são globais e que contêm faixas mais claras e mais escuras – potencialmente organismos fotossintetizantes flutuando nas nuvens, segundo ele.

O grande desafio para os supostos venusianos, na verdade, é manter um ecossistema inteiro somente nas nuvens. Na Terra, muitas criaturas são capazes de viver na atmosfera, mas em algum momento a vida nas nuvens interage com o que acontece nos oceanos ou na superfície sólida. Se de fato for possível manter criaturas vivas e se replicando somente na alta atmosfera, exiladas para sempre do solo de seu próprio planeta, Vênus é candidatíssimo a abrigar vida. O duro é ir lá buscá-la.

Este artigo foi adaptado de um trecho do meu novo livro, Extraterrestres: Onde eles estão e como a ciência tenta encontrá-los, já à venda nas bancas e livrarias.

FONTE: http://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/

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