
O C/2014 E2 Jacques foi visto do observatório Sonear, no interior de Minas Gerais, na quinta-feira e oficializado pela União Astronômica Internacional no mesmo dia
Pouco mais de dois meses depois de terem descoberto o primeiro cometa “brasileiro”, três astrônomos amadores do interior de Minas Gerais encontraram outro. Batizado de C/2014 E2 Jacques, o sobrenome de um dos observadores, o objeto foi visto nesta quinta-feira e oficializado no mesmo dia pela União Astronômica Internacional.
O cometa foi visto do observatório Sonear, sigla para Southern Observatory for Near Earth Asteroids Research, local construído por Cristóvão Jacques, Eduardo Pimentel e João Ribeiro perto de Oliveira, cidade a 120 quilômetros de Belo Horizonte. Por meio de características como cauda e brilho do objeto, o grupo percebeu que se tratava de um cometa e enviou os dados à União Astronômica. O corpo celeste, que recebeu o nome de seu descobridor, de acordo com as regras da União Astronômica Internacional, vai passar perto da Terra entre maio e junho e poderá ser visto no Hemisfério Sul com binóculos ou telescópios pequenos.
Esforço brasileiro – Com um telescópio de 450 milímetros de diâmetro, fabricado sob encomenda, o trio observa o céu desde o dia 18 de dezembro, em busca de objetos que passem perto da Terra. Eles tiram fotos à noite e, durante o dia, analisam o material. São os únicos a procurar objetos assim — que envolvem corpos que podem se chocar com a Terra — em atividade no Hemisfério Sul.
No dia 12 de janeiro, encontraram o primeiro cometa, que levou o nome do observatório: C/2014 A4 Sonear. No início, eles não tinham certeza de que se tratava de um cometa. Enviaram as informações a astrônomos ao redor do mundo e, quatro dias depois, sua descoberta foi oficializada. "Esperávamos descobrir objetos no céu. Mas não tão cedo", diz Jacques. "É muito bom ter um cometa com o seu nome."
O grupo começou a vasculhar o céu em 1999, de maneira esporádica. Jacques é engenheiro, Eduardo é advogado e Pimentel é jornalista e professor. Juntos, já encontraram treze asteroides e, agora, com a tecnologia do Sonear, podem incluir na conta também dois cometas.
FONTE: REVISTA VEJA
Comentários
Postar um comentário